segunda-feira, 24 de julho de 2006

Palavras tangentes de José Luís Garcês





Eis o poeta das palavras do silêncio.
José Luís Garcês, fotógrafo e poeta.
Com muita coisa para publicar à espera de editora...
Uma poesia... sempre em Construção.





Não são estes braços

que me agitam,

nem estes espaços

que me limitam.


São de mar os meus braços

que nas areias

enleiam em ternos abraços

os corpos das sereias.


Os meus espaços

são os do pensamento:

são largos traços

ao sabor do vento.


No meu corpo

navegam navios,

sem forma nem rosto,

em busca de outros rios.


José Luís Garcês

3 comentários:

Anónimo disse...

Bom ofício, esse, de ser marinheiro das palavras e saber encaminhá-las para o mar dos desejos, contornando sereias e cedendo, depois, às tentações do Verbo.

Anónimo disse...

As palavras soltam-se
fluidas por entre o
vermelho rubro que
enche os copos.

Passam imagens, músicas,
sorrisos, olhares, gestos
cumplicidades...
Muita cumplicidade
neste entorpecer dos sentidos.

Ah, mas não é sonho
quando sobre a reposição
das imagens colocamos este pensamento:

- Que bom, os amigos estiveram cá!

Beijos,
JLGarcês

Anónimo disse...

Palavras para o poeta:

Porque cada dia tem vinte e quatro horas divididas parcelarmente, onde a coincidência parcelar com as de quem amamos existe em nenhures, local onde nos vimos mas não nos falamos, onde corremos apressadamente porque as urgências pesam e os sentimentos não (assim o define a sociedade actual), cruzamo-nos na cama (não nos falamos), entramos e saímos da casa de banho em escalas bem definidas com permissão para leves roçares de pijama, dizemos adeus com um beijo rápido que poisa onde por vezes não queremos…
… o beijo, da saída e da entrada … muitas vezes a única chama…

…um acaso deixa que uma parcela coincida: enroscada no sofá uma folha de papel rabiscada … e vislumbra-se uma chama acesa:

Fogo de Inverno

Já vai longo este Inverno!
Sinto o corpo gelado
sem respostas.

Onde estás? Porque tardas?
Vem deitar-te suavemente
junto a mim
envolve-me no teu calor
funde o teu corpo ao meu
acende a fogueira:
Arderemos juntos!


(Poema do Livro “Poesia em Construção de José Luís Garcês)

Palavras para a Inês:
Obrigada por existires.
beijinhos