quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Antologia "Artistas-Poetas e Poetas-Artistas"

ANTOLOGIA POÉTICA
ARTISTAS POETAS E POETAS ARTISTAS, POESIA E ARTES VISUAIS DO SÉCULO XX EM PORTUGAL 


Organização: Maria João Fernandes
Edição da Fundação Calouste Gulbenkian, 2013.

Autores incluídos na Antologia: João de Deus, Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, Almada Negreiros, João Carlos/Celestino Gomes, José Régio, Julio / Saúl Dias, Carlos de Oliveira, Fernando Namora, Armindo Rodrigues, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Júlio Pomar, Lima de Freitas, António Pedro, António Maria Lisboa, Mário Cesariny , Cruzeiro Seixas, Mário Henrique Leiria, Alexandre O’Neill, António Areal, Carlos Calvet, Natália Correia, Isabel Meyrelles, Ernesto de Melo e Castro, Ana Hatherly, Salette Tavares, Herberto Helder, Alexandra Mesquita, Emerenciano, Eurico Gonçalves, Eugénio de Andrade, António Ramos Rosa, Gonçalo Salvado, Raúl de Carvalho, Martins Correia, Vasco de Lima Couto.

“Muitos outros percursos ficaram por referir neste interminável filão com a idade de alguns séculos e que certamente continuará a deslumbrar-nos na magia imparável e luminosa das suas formas. Resta-nos extrair uma mensagem possível desta celebração que hoje transportou a Paris o pequeno e grande navio da cultura portuguesa sob o signo da poesia e da visualidade. (…) Somos levados a pensar que a chave secreta de um conhecimento iniciático, perdida no oceano das nossas perplexidades e desvios de uma verdade essencial, desde a grande poesia de Camões ao universo prodigioso de Fernando Pessoa, passando pelos celebrados painéis de Nuno Gonçalves, parece uma vez mais brilhar, no turbilhão destas criações onde se juntam os fios dispersos da realidade e do imaginário. (…) A cultura portuguesa, a sua arte, a sua grande literatura, desejam ser escutadas, têm uma palavra a dizer, ainda que essa palavra seja hoje críptica ou silenciosa, na poesia e nas grafias de uma pintura que anuncia o destino poético da humanidade, desencantada e dele profundamente sequiosa. Destino inseparável do amor, na grande tradição do “Cântico dos Cânticos”, seu arquétipo fundador, inseparável do diálogo entre visível e invisível e de uma individualidade que estende ao coletivo o destino poeticamente conquistado, pátria alquímica de todos os sonhos. Horizonte presente e ausente, possível, do possível, onde vemos hoje tomar forma «A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte, os beijos merecidos da verdade».”
Maria João Fernandes 
(Texto de Abertura da Antologia Poética)

“É justificadamente que a exposição imaginada por Maria João Fernandes comporta uma antologia poética, como se os poemas dos artistas tivessem nela a partitura, não da música que inspira autónoma expressão pictural, como ilustração do verbo poético, mas como o não dito de uma visão que engloba as duas manifestações – pintura e verbo – e ao mesmo tempo as separa.” 
Eduardo Lourenço, “Ut Pictura Poesis Da Poesia como Pintura” (Acerca da exposição Artistas Poetas e Poetas Artistas, Poesia e Artes Visuais do século XX em Portugal, comissariada por Maria João Fernandes e a decorrer na Delegação em França da Fundação Calouste Gulbenkian (Paris) até 30 de Março de 2013.
In: Jornal de Letras, Artes e Ideias, nº1104, de 23 de Janeiro de 2013

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