quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Seis poemas para uma morte
Miguel Martins
Fábrica de Letras, 1995







VI


Guardo o brilho baço dos teus olhos
de seres inteiro em cada coisa
o Ritual dos dias conhecidos
e a alegria desentranhada
do fundo da eternidade
que é a bruma de Deus.

Guardo a entrega funda de saber
que a revolta não tem princípio nem fim
e aquela altivez tão especial inapercebida
que pode haver na submissão
de estarmos à frente dos homens e do tempo
viver como quem morre cada dia

e estarmos mortos como quem está vivo.

1 comentário:

Insana disse...

Forte..

bjs
Insana