domingo, 11 de fevereiro de 2007

O meu povo

Apodrece o rochedo
De onde provenho
E ao sol entoo os meus cânticos sagrados...
Subitamente, precipito-me do caminho
E águas murmuram em mim
Na distância, só, sobre pedras de lamentação,
Em direcção ao mar.

Jorrei-me para tão longe
Do mosto mal fermentado
Do meu sangue.
E sempre e ainda o eco
Dentro de mim,
Quando, voltados para Oriente,
Os ossos do rochedo apodrecido,
O meu povo,
Lançam um grito terrível para Deus.

Else Lasker-Schüller

(Baladas Hebraicas)
(tradução de João Barrento)

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