domingo, 10 de junho de 2007

Nicolás Guillén

Nicolás Cristóbal Guillén Batista, nasceu em Camagüey (Cuba), no dia 10 de Junho de 1902, filho do jornalista Nicolás Guillén Urra e de Argelia Batista Arrieta.
Seu pai morreu às mãos de soldados que reprimiam uma revolta política em 1917, quando Nicolás Guillén tinha apenas 15 anos. Com a memória do pai sempre presente, Guillén o evocaria intensamente muitos anos depois, na década de 50, na sua "Elegía Camagüeyana".
Começou a publicar os seus versos em 1920 e a colaborar em revistas como "Camagüey Gráfico" e "Orto". Em 1922 terminou o volume de poesia "Cerebro y corazón" marcado pela estética modernista, que não publicou na altura, tendo só chegado ao público quando, meio século mais tarde, apareceram as suas "Obras Completas".
Estudou Direito na Universidade de Havana, tendo abandonado mais tarde as aulas desencantado com a situação deprimente da Universidade, impressão que deixou reflectida num dos seus poemas: "Al margen de mis libros de estudio" onde satirizava a mediocridade da vida naquela universidade e que atingiu notoriedade quando publicado no primeiro número da revista "Alma Mater", dirigida por Julio Antonio Mella.
Guillén exerceu várias profissões, entre elas, tipógrafo, revisor e jornalista. Dirigiu a revista "Lys" (que teve uma curta duração), foi revisor e mais tarde jornalista no jornal "El Camagüeyano". Trabalhou também no Ayuntamiento de Camagüey.
Quando regressou a Havana, em 1926, com o objectivo de mudar de vida, começou a trabalhar na Secretaría de Gobernación e decidiu instalar-se definitivamente na capital cubana. Ali se intensificaram os seus interesses intelectuais e literários, e conheceu Federico Garcia Lorca e o grande poeta negro norte americano Langston Hughes, cuja amizade e influência marcaria Guillén.
Em Abril de 1930 escreveu "Motivos de Son", que, ao ser publicado no "Diario de la Marina", lançou Guillén numa espécie de celebridade polémica, porém, com ampla ressonância popular, tendo este poema sido musicado por vários compositores como Alejandro García Caturla e os Grenet, o que aumentou ainda mais a sua popularidade. Por outro lado, a publicação deste poema também lhe ofereceu a amizade de outro poeta, também camagüeyano, Emilio Ballagas.
Guillén recebeu em 1932 uma carta de Unamuno em que este manifestava uma grande admiração pelo seu trabalho.
Depois do triunfo da Revolução Cubana, em 1959, participou activamente na vida pública de Cuba. Em 1961 foi eleito presidente da União dos Escritores e Artistas Cubanos, (cargo que exerceu até à sua morte) e em 1962, nomeado Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Cuba. Em 1975, a convite da Associação de Amizade Portugal Cuba, veio a Lisboa, tendo sido homenageado pela Associação Portuguesa de Escritores e pelo Movimento das Forças Armadas (MFA). Nessa estadia em Portugal, visitou também o Porto. Em 1983 foi galardoado com o Prémio Nacional de Literatura. A sua poesia, acentuadamente lírica, mas também social e de intervenção política, tem também o ritmo da música popular cubana, de raiz afro-espanhola. Nicolás Guillén faleceu em Havana, em 1989.
Obras:
"Motivos de son", 1930.
"Sóngoro cosongo; poemas mulatos", 1931.
"West Indies, Ltd", 1934.
"Claudio José Domingo "Brindis de Salas", el rey de las octavas", 1935.
"Cantos para soldados y sones para turistas", 1937.
"España. Poema en cuatro angustias y una esperanza", 1937.
"Sóngoro cosongo y otros poemas", (com uma carta de Miguel de Unamuno), 1942.
"Estampa de Lino D´ou", 1944.
"El son entero, suma poética (1929 1946)?, 1947.
"Elegía a Jacques Roumain en el cielo de Haití", 1948.
"Elegía a Jesús Menéndez", 1951.
"Elegía cubana", 1952.
"La paloma de vuelo popular" (elegias), 1958.
"Sus mejores poemas", 1959.
"Poesías", 1962.
"Prosa de prisa" (crónicas), 1962.
"Tengo", 1964.
"Poemas de amor", 1964.
"Antología mayor", 1964.
"El gran zoo", 1967.
"Antología mayor", (2ª edição aumentada), 1969.
"El diario que a diario", 1972.
"La rueda dentada", 1972.
"Obras completas", 1972 1973.
"Prosa de prisa", 1975.
"Páginas vueltas", 1982.
"Sol de domingo", 1982.
Póstumas:
"Las grandes elegías", 1992.
"New love poetry. Nueva poesía de amor", 1994.

Sem comentários: