segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Mihai Eminescu

Mihai Eminescu nasceu em Botosani, no norte da Moldávia, em 1850.
Sexto de dez filhos, passou a infância na aldeia de Ipotesti, onde o seu pai era fazendeiro. O pai fê-lo ingressar num grande colégio, de onde fugiu várias vezes.
Publicou as suas primeiras poesias com 16 anos, conquistando logo notoriedade entre os escritores romenos. Depois, foram os anos de vagabundagem pelo país que lhe deram um profundo conhecimento da língua e do espírito popular romeno. Ouviu assim centenas de histórias, lendas e baladas, e tomou nota de tudo, coleccionando com fervor velhos manuscritos, locuções antigas, palavras raras. Viveu sempre modestamente, contentando-se com muito pouco, e guardando religiosamente uma caixa de livros, sua única fortuna que nunca abandonou. Frequentou vários cursos nas Universidades de Viena (entre 1869 e 1872) e de Berlim (entre 1872 e 1874), sem o menor empenho em fazer exames ou conseguir diplomas. Interessava-se por tudo: egiptologia, direito romano, ciências financeiras, anatomia, filologia comparativa, ocultismo... mas a sua paixão seria sempre a filosofia. Em Bucareste, foi de tal maneira admirado por alguns escritores e críticos, que pensaram em oferecer-lhe uma cadeira na Universidade, mas Eminescu não se mostrou interessado.
Grande perfeccionista, trabalhou os seus poemas durante anos e anos, sempre insatisfeito com a forma. Voltou para a Roménia, trabalhando como bibliotecário, depois inspector do ensino primário e, por fim, a troco de um magro salário, aceitou redigir um jornal político de Bucareste, o "Timpul". Porém, esgotou-se num trabalho devorador, escrevendo sozinho os artigos de fundo, as crónicas e os comentários políticos, traduzindo os telegramas das agências e ainda revendo, pelas noites fora, as provas inteiras do jornal.
Foi célebre, estimado e admirado. Teve ilustres protectores, mas a sua timidez e o seu orgulho impediram-no de viver uma vida humana. A partir de 1883, de hospital em hospital, com alternativas de lucidez e de desvario, Eminescu deixou que as suas forças o abandonassem e faleceu em 1889, com 39 anos.
O escritor Alexandru Vlahuta descreve uma visita que lhe fez numa casa de saúde: "Com uma alegria de criador, tirou da algibeira um bocado de papel amarrotado e pôs-se a ler uma longa série de estrofes de uma sonoridade e de um efeito rítmico maravilhosos. Mas no bocado de papel só havia três palavras. Eminescu improvisara!..."
Durante a sua doença, os amigos mandaram imprimir o seu primeiro (e último) volume de "Poesias". O êxito foi enorme. Eminescu tornara-se o poeta nacional da Roménia...

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