sábado, 8 de novembro de 2008
Poesia em publicidade
Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
1525?-1580
Portugal
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1 comentário:
É verdade; "poesia na publicidade" ou como a publicidade destrói a poesia.
Camões a vender o "Boticário"...
Luís Pinto
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